Em resposta ao anuncio do fim da parceria feito pela Disney Pictures, a Walden revelou que já está em busca de um novo parceiro para que as gravações já se iniciem no primeiro trimestre desse ano. “Estamos desapontados com a saída da Disney, mas vemos em ‘A Viagem do Peregrino da Alvorada’ um bem valioso e continuamos comprometidos com a franquia“, informou David Weil, CEO da Anschutz Film Group, empresa responsável pela Walden Media.
Outra novidade, vinda do nosso parceiro Mundo Nárnia, é uma matéria que apresenta a possível história secreta do motivo da Disney ter largado a franquia. Confira a nota traduzida pela site, que foi publicada no site do Los Angeles Times. Parabéns ao excelente site pela matéria.
A história secreta pela qual a Disney largou ‘Nárnia’
Na véspera de Natal, quando toda a Hollywood estava de férias em Aspen ou no Havaí, a Disney calmamente anunciou que estava deixando a franquia de “Crônicas de Nárnia” da qual o estúdio co-financiou e co-produziu com a Walden Media de Phil Anschutz. Estava descansando na praia quando a história chegou até mim, e foi só depois de começar a analisar a Disney em 2008 para nossa série de Relatórios sobre Estúdios que percebi o choque. Os dois filmes de “Nárnia” totalizam juntos quase $1.2 bilhões ao redor do mundo, fazendo dessa uma das franquias mais bem-sucedidas dos últimos anos. Então por que a Disney deixaria um bem tão valioso? A história é complicada. A razão óbvia foi que comparado ao enorme sucesso do primeiro filme, “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa”, de 2005, que arrecadou quase $750 milhões mundialmente, o segundo filme da série, “Príncipe Caspian”, de 2008, foi um grande desapontamento, conseguindo $420 milhões. Ainda assim, $420 milhões não é nada do que se queixar, sendo muito mais dinheiro do que qualquer outro filme da Disney, com exceção de “Wall-E”, fez durante o ano. Mas acontece que “Príncipe Caspian” não trouxe só pouco dinheiro, mas custou mais para ser feito e divulgado – muito mais. A Disney reconhece que o filme custou $225 milhões, com quase $100 milhões dessa quantia usados nos elaborados efeitos especiais. Pior, porque estúdio tentava expandir a audiência atraindo adolescentes e também famílias, a Disney gastou demais em propaganda, com estimativas de que o estúdio tenha gasto pelo menos $175 milhões em divulgação mundial do filme.
as o que realmente cessou o envolvimento da Disney com “Nárnia” foi a rixa entre o estúdio e Phil Anschutz, o real barão do estado e defensor das causas conservativas cristãs que parece possuir metade dos Estados Unidos. Anschutz é proprietário do Regal Entertainment Group (a maior cadeia de cinemas do país), o Staples Center, o Teatro Kodak, o Los Angeles Galaxy, os L.A. Kings, o Millenium Dome de Londres, parte dos jornais americanos (incluindo o San Francisco Examiner) e a Walden Media, que produziu filmes tais como “Jornada ao Centro da Terra”, “A Ilha da Imaginação” e “Meu Melhor Amigo”. Então quando Anschutz entrou numa disputa feia com a Disney, estamos falando de uma verdadeira batalha de titãs.
O que aconteceu? Continue lendo:
De acordo com diversas fontes, a uma vez próxima relação entre a Disney e a Walden começou a se desmanchar quando, após o primeiro filme de “Nárnia” ser recorde de bilheterias, Anschutz literalmente colocou a Disney contra a parede e demandou que o estúdio renegociasse seu contrato com a Walden. Anschutz insistiu que a Disney partilhasse de uma boa parcela de seus lucros com a distribuição do filme ou ele mesmo distribuiria a série “Nárnia” por conta própria. Acreditando que a franquia era muito boa para ser deixada de lado, a Disney relutantemente mudou os termos do contrato com a Walden, mas a renegociação envenenou a relação de ambos.
Para ser honesto, a Walden não estava muito contente com o jeito como a Disney vinha lidando com o filme. O primeiro foi lançado no Natal, o que pareceu uma jogada lógica para uma película feita para a família. Mas quando a Disney viu que “Príncipe Caspian” era mais sombrio, feito para pessoas mais crescidas, decidiu ir atrás dos adolescentes assim como das famílias. Essa decisão levou ao que, visto tardiamente, pareceu ter sido um grande erro, lançando “Príncipe Caspian” em Maio, no início do verão. Colocado entre “Homem de Ferro” e “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal”, “Príncipe Caspian” não só falhou em atrair a maioria dos jovens, mas também perdeu as famílias, que não gostaram da propaganda de tom mais sombrio não muito bem focada.
“Sentimos que, para este filme, tínhamos que tentar atrair todo o tipo de audiência”, diz o chefe do estúdio Disney, Dick Cook. “O filme era mais sombrio e mais pesado e o material da propaganda refletiu isso. Às vezes quando você faz isso, você arrisca alienar as famílias e talvez tenha sido isso o que aconteceu.” Cook defendeu a decisão do estúdio de lançar o filme durante o verão. “A Warner sempre foi capaz de mover ‘Harry Potter’ quando bem entendesse, então pensamos que teríamos uma chance de ir bem.
Honestamente, quem sabe – talvez tenha sido um fator. No verão, você não obtém muitas segundas chances. Mas as datas de lançamento são engraçadas – elas nunca parecem afetar um filme que as pessoas realmente queiram ver.” A Walden continua com seus planos de fazer o terceiro livro da série, “A Viagem do Peregrino da Alvorada”, que terá um novo diretor, Michael Apted, e grande parte do elenco, incluindo Ben Barnes (o Príncipe Caspian), dos outros filmes. O livro é mais comercial do que o antecessor, sendo mais a clássica aventura de um jovem ao mar, completa com vistas fantásticas, dragões, magos e serpentes marinhas, sem mencionar Eustáquio Mísero, que ouvi dizer é uma das crianças mal-educadas mais inspiradas da literatura inglesa. A fascinante verdadeira questão é: quem irá lançá-lo? A Walden poderia anunciar um novo contrato até o final da semana.
Pretendentes é o que não faltam. O estúdio na liderança é o 20th Century Fox, que tem direitos do projeto, já que divulga e distribui os projetos da Walden pela bandeira Fox-Walden. A Fox tem muito interesse, tendo considerado seriamente adquirir os direitos cinematográficos dos livros de C.S. Lewis mesmo antes da Walden originalmente ter lançado a franquia. A Fox tem um departamento de divulgação muito forte, com muito sucesso no entretenimento familiar – os maiores sucessos do estúdio no ano passado foram amboas filmes para a família, “Horton e o Mundo dos Quem” e “Marley e Eu”..
Mas a Fox é famosa por fazer grandes barganhas e exercer disciplina fiscal, então não espere ver “Peregrino da Alvorada” chegando perto dos $225 milhões.. A Walden quer fazer o novo filme com algo em torno dos $140 milhões, que seria um preço bem mais tentador para uma parceria metade/metade. Se não for a Fox, ambas Sony e Warner já expressaram grande interesse no projeto. Seria bom para ambos os estúdios, dando à Sony algo que não teve nos últimos anos – uma franquia para a família baseada na fantasia, enquanto daria à Warner uma franquia já feita baseada na família para substituir a quase completa série de “Harry Potter”. O que quer que aconteça, parece que os fãs de “Nárnia” logo terão uma nova chance de visitar o encantado mundo de Nárnia e outras terras distantes.
Ainda sobre a franquia, com o fim da parceria, os boatos começaram e o site Wikipedia teve um boato de que a Disney teria voltado atrás e voltado com a parceria, mas nada é oficial, e a tal novidade não passa de um rumor, pois não teve fonte revelada, devendo ser tratada simplesmente como boato.