Diferente do que aconteceu nos Estados Unidos, o drama “Histórias Cruzadas” (The Help), indicado ao Oscar e o grande vencedor da 18ª edição dos Screen Actors Guild Awards®, estreou no Brasil no dia 03 de fevereiro em 71 salas de cinema do país e teve um público de mais de 34 mil pessoas, ficando em 10º lugar nas bilheterias nacionais no seu primeiro fim de semana em cartaz.

O Planeta Disney vem trazendo várias entrevistas com o elenco, como as atrizes Bryce Dallas HowardJessica Chastain, a compositora Mary J. Blige e uma matéria especial com os fatos curiosos da produção. Hoje vocês conferem uma entrevista e o perfil do diretor, produtor e roteirista do filme, o talentoso Tate Taylor, que no ano passado lançou a produção elogiada “Inverno da Alma” (Winter’s Bone).


TATE TAYLOR (Diretor/ Produtor executivo / Roteiro) nasceu e foi criado em Jackson, Mississipi e se formou pela Universidade do Mississipi. Depois de morar um tempo em Nova York, mudou-se para Los Angeles em busca de uma carreira no cinema.

Em 2004, fez sua estreia como diretor no curta-metragem, aclamado pela crítica, Chicken Party, que ele escreveu, dirigiu e estrelou. Chicken Party seguiu sua trajetória vencendo oito festivais e participando de mais doze.

Pretty Ugly People foi o primeiro longa-metragem de Taylor, que estreou nos cinemas no outono norte-americano de 2009. Escrito e dirigido por Taylor, esta comédia sombria foi filmada em locação no Glacier National Park, em Montana, em Chicago e Los Angeles, e mais rendeu a Taylor notoriedade como um diretor e escritor a ser visto.

Taylor criou um programa de tutoria no Mississipi com Kathryn Stockett, autora de  A Resposta (The Help), que oferece tutoria estrutural e criativa a escritores e cineastas.

Como ator, Taylor tem um longo histórico de criação de desempenhos extraordinários e foi visto, mais recentemente, no filme ganhador Grande Prêmio do Júri do Sundance em 2010, Inverno da Alma (Winter’s Bone).

BATE PAPO COM… TATE TAYLOR

A história de como “Histórias Cruzadas” chegou às telas é fascinante. Fale um pouco sobre isso.
Kathryn (Stockett) e eu somos amigos há anos. Um dia ela me ligou para me contar que tinha acabado de escrever seu livro, mas não conseguia arrumar um agente, e que o livro já tinha sido recusado por mais ou menos umas 60 pessoas. Então ela me perguntou se eu gostaria de lê-lo; e eu disse que sim, é claro. Eu li, e sabia que se tratava de um romance especial. Então telefonei para ela e disse para não desistir. Ele será publicado, eu prometo. E eu também disse que queria fazer o filme. Então, meu sócio produtor Brunson Green e eu adquirimos os direitos antes mesmo de ela  arrumar um editor. Eu comecei a escrever o roteiro e quando acabei, o livro estava na gráfica.

Você estava confiante em relação ao valor do manuscrito?
Totalmente. Brunson e eu achamos que faríamos apenas um filme independente baseado no manuscrito da minha amiga. O plano era este. Hoje a gente olha para trás e ri disso porque nós achávamos que se fizéssemos o filme, então talvez as pessoas fossem querer ler o livro Acabou sendo o contrário. Era para sermos apenas 3 amigos trabalhando juntos.

Conte-nos um pouco como fez a escalação do elenco estelar.
Foi um processo ótimo. Nós literalmente procuramos pelas melhores pessoas para os papéis, e tivemos a liberdade e o luxo de escalar as pessoas certas. Octavia Spencer, que interpreta Minny, e eu somos amigos há anos. Eu a apresentei a Kathryn, que adorou Octavia e literalmente serviu de modelo para a personagem Minny. Então ela caiu como uma luva para interpretar Minny. Viola Davis estava no topo da nossa lista para o papel de Aibileen. Ela foi ótima. Tão fantástica. Eu a vi em Fences e em Dúvida (Doubt),  e quis aquela quietude estoica para Aibileen. Viola é simplesmente fenomenal interpretando isso. Jessica Chastain veio fazer a leitura para o papel de Celia. Eu tinha um grande sentimento de proteção em relação à personagem, todos nós tínhamos. Foi como uma daquelas grandes histórias que escutamos sobre como as pessoas são escaladas para os filmes. Eu estava assistindo a um monte de outros personagens e, então, inserimos algumas candidatas a Celia, só para dar uma quebrada no ritmo, e Jessica entrou e leu para o papel e simplesmente acabou com a gente. Eu estava em lágrimas. Tinha levado Octavia comigo para ler com as candidatas a Celia , só para ver como ficava a dinâmica. Depois da leitura, Jessica disse apenas: “Obrigada”,  e se levantou e saiu da sala. E a gente ficou, tipo: “O que aconteceu aqui?”. E foi isso. E então Emma Stone… quando eu li o livro de Kathryn, eu só conseguia pensar em Joan Cusack aos vinte anos, como Skeeter. Então fiquei com essa ideia fixa esquisita, de que tinha que encontrar alguém que se parecesse com Joan Cusack aos vinte anos. E quando vi Emma, eu pensei: “É ela. Ela era fantástica”.

Você teve oportunidade de ensaiar antes de filmar?
A DreamWorks fez algo muito sábio, que costumava ser uma prática usual; eles permitiram que nós ensaiássemos antes de filmar. Eles sabiam que a melhor forma de conseguir os desempenhos era me colocar com os atores nos verdadeiros cenários. Aquilo foi um luxo.

Como foi filmar em locação no Mississipi?
Foi um choque cultural que eu achei delicioso. Alguns membros da equipe e atores ficaram dizendo:  “Onde estão nos levando para filmar isso?” Havia todo tipo de ideia preconcebida sobre o Mississipi e sobre como seria. Então, uns dois dias depois de estarmos lá, eles estavam dizendo: “Eu não quero sair desse lugar, cara. Eu não quero voltar para Los Angeles”. As pessoas, o ritmo e a comida… foi como se estivéssemos todos em um acampamento de férias de verão, todos juntos, no Mississipi.

Que mensagem você espera que o público leve depois que assistir ao seu filme?
Se possível, eu quero que as pessoas percebam que através da coragem, da integridade, e da amizade com pessoas com quem você nem imagina que poderia estabelecer laços de amizade, talvez seja possível fazer algo bom.

Entrevista cedida gentilmente pela Walt Disney Pictures

Sobre o filme

Baseado em um dos livros mais comentados dos últimos tempos, primeiro colocado na lista de best-sellers do New York Times, “Histórias Cruzadas” (The Help) é estrelado por Emma Stone (Amor a Toda Prova), como Skeeter, a atriz indicada ao prêmio da Academia® Viola Davis (Dúvida) como Aibileen e Octavia Spencer (“Sete Vidas” e da série de TV “Os Feiticeiros de Waverly Place“) no papel de Minny — três mulheres extraordinárias e muito diferentes no Mississipi durante os anos 1960, que constroem uma improvável amizade em torno de um projeto secreto de um livro que rompe com regras sociais, colocando todas elas em risco. Da improvável aliança emerge uma notável irmandade, instilando-as com a coragem para transcender as linhas que as definem, e entender que algumas vezes essas linhas são feitas para serem cruzadas— mesmo que isso signifique deixar todas as pessoas cara a cara com os tempos em mudança.

Profundamente tocante, repleto de emoção, humor e esperança, “Histórias Cruzadas” (The Help) é uma história eterna e universal sobre a capacidade de fazer mudanças. Da DreamWorks Pictures e Reliance Entertainment, o drama é dirigido e adaptado para as telas por Tate Taylor, com base no romance de Kathryn Stockett, e produzido por Brunson Green, Chris Columbus e Michael Barnathan.

Author: Léo Francisco

Você nunca teve um amigo assim! Jornalista cultural, cinéfilo, assessor de imprensa, podcaster e fã de filmes da Disney e desenhos animados. Escrevo sobre cinema e Disney há mais de 18 anos e comecei a trabalhar com assessoria de imprensa em 2010. Além de fundador do Cadê o Léo?!, lançado em 13 de julho de 2002, também tenho um podcast chamado Papo Animado e um canal no YouTube.