Depois do sucesso de Oswald, Walt percebeu que o personagem precisava ser atualizado e que investindo na animação, seus movimentos ficariam mais reais e engraçados, mas enquanto a maioria dos distribuidores queria empregar menos dinheiro nas animações, fazendo assim com que elas fossem lançadas com menos capricho, Walt Disney ao fim do primeiro ano de contrato de Oswald, tentou apresentar um novo acordo para conseguir mais dinheiro e assim pudesse melhorar a série.
O produtor não concordou com a idéia e com isso, Disney tentou convencê-lo que investir mais no animado tornaria o personagem mais humano, e assim, com mais graça e realismo. Mas não deu certo. Quando quis levar o personagem para outra empresa, se surpreendeu ao descobrir que, de acordo com o contrato que assinara, o personagem não lhe pertencia e a empresa decidiu afastá-lo da produção.
Sem os direitos de Oswald, Walt passou a elaborar outro personagem. Baseado em memórias de sua infância, dessa vez um rato seria seu novo astro. “Ainda nos dias da vida no campo, gostava de observar os pequenos roedores correrem nos sulcos abertos pelo arado.” (THOMAS, 1969, p. 79). Além disso, segundo Álvaro de Moya: “Walt contou para Lillian que, nos tempos do estúdio de Kansas, havia muitos ratinhos nos fundos da imobiliária e, um deles, parecia mais atilado, pois Disney conseguiu mantê-lo num pequeno círculo de desenho, batendo no seu narizinho com o lápis. Descoberto o personagem, faltava o nome, que Walt escolheu Mortimer. ‘Muito pretensioso’, julgou a esposa, que preferiu simplesmente Mickey”.
Ele apresentou Mickey para seu irmão, Roy Disney, o qual ficou entusiasmado com o novo personagem. Para a criação de Mickey, ele foi muito meticuloso, pois queria que fosse algo muito especial, já que o personagem apresentaria características mais humanas. Ao apresentar Mickey Mouse para os distribuidores de Nova Iorque, Disney foi desencorajado por muitos, que não se interessavam em exibir os desenhos do personagem. Mickey era julgado como um produto que não seria aceito pelo público.
Nessa época, o desenho animado que se destacava era o gato Félix. Os distribuidores continuavam com o mesmo pensamento de que não deviam investir em coisas novas, já que tinham um produto de sucesso nas mãos. Além do mais, eles não viam espaço para mais um animal nos cinemas. Em 1927, o cinema mundial teve um novo avanço, quando estreou o primeiro filme falado, que surpreendeu a todas as platéias. Disney percebeu que a chegada da música nos cinemas era o que ele precisava para que seu novo personagem conseguisse destaque. “Aí estava a chave de Disney: animar o desenho com música.” (MOYA, 1996, p. 13)
Mickey ainda não tinha agradado os distribuidores de cinema, por isso criou o desenho Steamboat Willie, tendo sempre em mente a idéia de que o curta iria ser a estréia do estúdio no cinema falado. “Um dos animadores improvisou uma orquestração baseada nas músicas Turkey in the Straw e Steamboat Bill e fizeram o desenho animado Steamboat Willie. O filme lançado em New Yotk, no Colony Theatre, dia 18 de novembro de 1928, foi sucesso imediato.” (MOYA, 1996, p. 13)
Com a estreia de Steamboat Willie, Disney se tornou pioneiro na animação sonorizada. Mickey é hoje um ícone cultural conhecido em todo o mundo. A partir de então, Mickey fez um enorme sucesso no muito inteiro. Então, Disney decidiu apostar mais no gênero musical. A qualidade na produção das trilhas sonoras se destacava tanto, que ele resolveu inovar novamente criando uma série de animações chamadas Sinfonias Tolas (Silly Symphonies).
A cada curta novo que era lançado, Mickey agradava cada vez mais as pessoas e seus novos animados eram aguardados com ansiedade. Ele também caiu na graça da crítica, sendo indicado a diversas premiações importantes e ganhando seu primeiro premio em 1932. O personagem ficou tão famoso tanto nos Estados Unidos como internacionalmente.
No Brasil, seus primeiros curtas-metragens de animação chegaram pela United Artists. Cleonir dos Santos foi o primeiro dublador oficial de Mickey, no Brasil, e o dublou por mais de 20 anos, dos anos 70 até início dos anos 90. No mundo dos quadrinhos, o personagem era apresentado aos paulistanos pelo jornal A Gazeta.
Muitos acreditam que Mickey Mouse foi o primeiro personagem de Walt Disney, mas o que poucos sabem é que antes do Mickey, Walt criou Oswald, um coelho de orelhas grandes, que fez muito sucesso na década de 20. Mas não é a hora de falarmos dele, hoje vamos falar do ratinho Mickey, que em 18 de Novembro, do ano passado, completou 81 anos. Para comemorar o aniversário do rato mais famoso do mundo, o Planeta Disney divulgou o primeiro curta-metragem da história do Mickey e hoje, no especial de férias do site, você confere uma matéria na integra sobre a história de Mickey Mouse. Divirta-se.
A HISTÓRIA DE MICKEY MOUSE