Produzindo um Musical
Entre os cineastas, o nome de Randy Newman parecia ser, desde o princípio, uma unanimidade como a primeira escolha e o compositor ideal para A PRINCESA E O SAPO. Newman, um colaborador veterano dos filmes Disney•Pixar, recebeu um Oscar® por sua trilha para Monstros S.A. (Monsters, Inc.) e foi premiado com Grammys® por Monstros S.A., Toy Story – Um Mundo de Aventuras (Toy Story) e Vida de Inseto (A Bug’s Life), entre outros. A canção de Newman, “Louisiana 1927”, de 1974, foi bastante executada depois da passagem do Furacão Katrina, em 2005, e os diretores começaram a pensar nas influências dos musicais teatrais sobre grande parte da obra de Newman, incluindo suas trilhas para Na Época do Ragtime (Ragtime), de Milos Forman, ou Um Homem Fora de Série (The Natural), de Barry Levinson. “A gente só pensava: ‘Ora, Randy seria perfeito para esse estilo musical tão tradicionalmente norte-americano, seria interessante”, relembra John Musker.
Tendo vínculos familiares com Nova Orleans e tendo passados inúmeros verões na cidade na sua infância, Newman afirma ter um caso de amor eterno com a música local. “Para mim, é uma música extremamente agradável”, conta Newman. “Eu não sei por quê. Acho difícil acreditar que eu tenha ouvido alguma coisa quando era bebê e que sempre agradará aos meus ouvidos. Mas, quem sabe? É um tipo de música com a qual me sinto muito à vontade.”
Newman criou uma trilha original que apresenta uma grande variedade de estilos, incluindo jazz, blues, gospel, Dixieland e zydeco, e convidou alguns dos maiores artistas da música para serem seus colaboradores. O resultado? Mágico. “Nós temos muita sorte em contar com músicos de grande talento trabalhando com Randy Newman em A PRINCESA E O SAPO”, afirma o produtor Peter Del Vecho. “Músicos vencedores do Grammy® como Dr. John, Terence Blanchard e Terrance Simien contribuíram não somente com o seu talento, mas também com suas influências pessoais de Nova Orleans e foi uma verdadeira honra trabalhar com eles.”
Os diretores John Musker e Ron Clements contam que uma das viagens mais emocionantes que fizeram a Nova Orleans foi para acompanhar uma sessão de gravação com Dr. John e Randy Newman. Nascido na Louisiana, Dr. John, músico e cantor famoso, foi a primeira escolha dos cineastas para interpretar o número dos créditos de abertura do filme, uma sequência que apresenta os seus protagonistas e a cidade de Nova Orleans.
O músico de fama mundial, Terence Blanchard, ficou feliz com esse resgate dos musicais Disney. “Ser parte de um musical é maravilhoso”, comenta o trompetista. “O meu pai cantava ópera; ele adorava musicais. Um dos primeiros filmes que ele me levou para ver foi O Violinista no Telhado (Fiddler on the Roof). Eu lamento que ele não esteja vivo para ver isso. Mas também acho bom ele não estar aqui para ver isso, pois ele ficaria no estúdio dando sugestões sobre o que fazer.”
O trompetista emprestou seu talento ao jacaré do filme, Louis. “Michael [Leon Wooley] dublou as falas de Louis e eu, os seus números de trompete. Por isso, eu disse ao Michael: ‘O Louis é um personagem tão complicado que exigiu o trabalho de nós dois num mesmo personagem, cara. Ele é um sujeito muito poderoso’.”
Blanchard também dublou o papel de Earl, o líder da banda do barco fluvial. O artista Terrance Simien contribuiu para o projeto com um elemento básico de Nova Orleans: a música zydeco. “O zydeco é o estilo de música dos creoles da Louisiana”, explica ele. “Existem inúmeros estilos de música maravilhosos que as pessoas raramente têm a chance de escutar, pois não são tocados nas rádios. Eu espero que os espectadores ouçam a música zydeco e se aventure a explorar outros estilos musicais e músicas de outras culturas diferentes. E espero que eles se interessem em ouvir um pouco mais de zydeco.”
A PRINCESA E O SAPO apresenta canções inéditas, incluindo “Down in New Orleans” (com a participação de Trombone Shorty, um famoso músico local), “Friends on the Other Side”, “When We’re Human”, “Gonna Take You There”, “Dig a Little Deeper”, “Ma Belle Evangeline” e “Almost There”.
A canção-tema de Tiana, “Amost There”, foi interpretada por Anika Noni Rose. “É a canção através da qual Tiana expressa suas emoções e seus sonhos de ter um restaurante e concretizar seus objetivos”, explica Newman. “Anika vem das Broadway e cantar com um contraponto não o que ela está habituada a fazer, mas foi o que ela fez, e magnificamente.”
Um dos personagens mais emotivos de A PRINCESA E O SAPO é Ray. E Newman ajudou a dar à luz as emoções do vaga-lume cajun, por assim dizer. “‘Evangeline’ é uma canção de amor para Ray, o vaga-lume apaixonado por uma bela vaga-lume fêmea que ele ainda não conhece. É uma bela ideia”, afirma Newman. “Foi fácil compô-la, pois, de cara, eu sabia que seria uma valsa cajun. A emoção dele é nítida. Ele está apaixonado.”
Newman diz compreender o poder que a música exerce sobre os cineastas, especialmente aqueles que criam um filme de animação como A PRINCESA E O SAPO. “Quando você compõe a trilha de um filme de animação, o comportamento dos personagens é refletido na trilha”, explica ele. “Se eles tropeçam e caem, você acompanha com um ‘ba-dum-dum’. E se você não usar o ‘ba-dum-dum’, algo não parece certo. Mas a música também tem o incrível poder de nos emocionar.”
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Desde que seu álbum de 2006, In My Own Words, consagrado com vários discos de platina, conquistou o topo das paradas daquele ano, o jovem cantor, compositor e arrasa-corações Ne-Yo nunca mais se afastou da mídia e dos seus fãs. O artista premiado com três Grammys, cujo lançamento mais recente, Year of the Gentleman, combina o estilo encantador de crooners dos anos 60 como Sammy Davis, Jr. e Frank Sinatra com o melhor do soul e do R&B da atualidade — faz agora sua estreia como compositor de cinema. Seu single, “Never Knew I Needed”, faz parte da trilha sonora do filme da nova princesa do Walt Disney Animation Studio com animação feita à mão, A PRINCESA E O SAPO (THE PRINCESS AND THE FROG). Com a contratação do artista para o projeto, o estúdio demonstra, mais uma vez, o seu compromisso em levar adiante a melhor tradição da animação empregando os maiores talentos da atualidade.
P: O que o atraiu em A PRINCESA E O SAPO?
O que me atraiu ao projeto, de início, foi a oportunidade de ser parte de algo com o qual eu cresci — Disney. Eu cresci assistindo aos filmes Disney. Digamos que Disney e eu nos conhecemos há muito, muito tempo. Além disso, era a oportunidade de ser parte de algo clássico como os filmes Disney. E temos uma nova princesa Disney — a primeira princesa afro-americana. Então, fazia o maior sentido que eu participasse dele. Eles me deram essa oportunidade e eu me atirei de cabeça. E acho que será um ótimo casamento.
P: O que você achou de A PRINCESA E O SAPO quando ouviu falar dele pela primeira vez?
Quando eu soube que os estúdios Disney iam produzir o seu primeiro filme com uma princesa afro-americana, eu não fiquei apreensivo. Ora, a marca Disney é sinônimo de qualidade. Então, eu sabia que seria feito com muita classe. E sabia que seria feito da melhor maneira possível. Eu sabia de tudo isso quando aceitei o convite e tudo o que eu queria era me assegurar de que a minha contribuição estivesse à altura do que o estúdio estava produzindo.
P: Qual foi a sua inspiração para a canção, “Never Knew I Needed”? Como você a compôs?
Para compor a música, eu assisti a pequenos trechos e cenas do filme a fim de ter uma ideia melhor de quem eram os seus personagens, qual era a sua história e quais eram as motivações para as suas ações. E, a partir daí, eles não me deram muitas instruções além do fato de que precisava ser algo que fosse uma síntese do que é o filme — duas pessoas de classes diferentes em caminhos diferentes. Duas pessoas que sabem exatamente o que querem e batalham por isso. E enquanto se dedicam a isso, eles descobrem um ao outro e encontraram no outro algo que eles nem sabiam que precisavam — algo que nem tinham se dado conta de que existia e que, no fim das contas, é mais importante do que aquilo que eles buscavam inicialmente.
O processo de composição da canção foi ligeiramente diferente do meu jeito habitual de compor, porque ela precisava ser muito específica. Ela precisava ser uma canção Disney, mas, ao mesmo tempo, precisava ser contemporânea o suficiente para tocar nas rádios comerciais. Então, eu precisava criar melodias que fossem encantadoras como os clássicos Disney, mas, ao mesmo tempo, cujos padrões percussivos e cuja letra fosse, digamos, “fortes” o suficiente para chamar a atenção de alguém que não necessariamente seja um grande fã Disney — ou alguém que não saiba exatamente o que é o legado Disney. A canção precisa ser uma composição de ótima qualidade com uma produção de primeira para atrair tanto o fã clássico quanto novos fãs para os filmes Disney.
P: Como você se sente fazendo parte de algo que tem o potencial de se tornar um clássico da animação?
Sinceramente, é uma honra indescritível ser parte de qualquer produção Disney. Como eu já disse, eu cresci assistindo aos filmes Disney, sabe, então, não tenho nem palavras para expressar o que sinto. E para mim, pessoalmente, talvez isso não signifique nada para as outras pessoas, mas para mim, é especial ter meu nome nos créditos ao lado do de Randy Newman. Isso é algo que me faz sorrir quando estou sozinho, na privacidade da minha casa. Eu sou o maior fã do trabalho do Randy Newman. Ele é um mestre da composição. É simplesmente uma grande honra. Na verdade, é mais do que uma honra fazer parte desse projeto.