Desde o início da produção de “Bolt: Supercão“, quando a Disney tirou Chris Sanders, tudo parecia que não ia dar certo com o novo clássico Disney, que traria um cão astro de televisão como protagonista. Tudo atrasou. Campanha publicitária começou faltando menos de seis meses para o lançamento e tudo que era apresentado parecia batido ou então voltado exclusivamente para o público infantil.

Ao assistir “Bolt: Supercão“, fui totalmente surpreendido e imaginei, como todos aqueles problemas e mudanças originaram um dos melhores animados feitos em computação gráfica (CGI) pela Disney, sem contar os animados da Pixar Animation Studio. Filmes Pixar e filmes Disney, não existe mais, hoje todos os animados tem que passar antes pela aprovação de John Lasseter, por isso, não adianta muitos criticarem “Bolt”, dizendo que é inferior a produções da Pixar, pois o animado é só da Disney, isso não existe mais. Um exemplo disso, é o próprio animado, que antes da Disney comprar a Pixar, se chamava “American Dog” e tinha personagens e uma história totalmente diferente, que foi reformulado para estrear nos cinemas com toda a fórmula da Pixar.



No roteiro original, iríamos conhecer um cachorro que estréia em uma popular série de TV, chamado Henry. Por causa do seriado, a cada semana ele tem uma nova aventura no estilo James Bond e gralas a todo o time de produção nunca se fere. Certa noite, ele acaba desmaiando, por não conseguir se safar de uma de suas proezas. Assim que acorda, percebe em um trem em movimento, a milhares de quilômetros de Tinseltown, no meio dos Estados Unidos. Ele terá que apreender a interagir com as pessoas e viver no mundo real, contando com a ajuda de um coelho gigante radioativo e de um gato de um olho só, que prometem ajudar ele a voltar para Hollywood e ter novamente sua vida de astro de volta.

Essa seria a verdadeira história, mas com todas as mudanças o cão mudou de nome e agora é um pastor alemão fofo, que tem um maior apelo para o publico infantil. Bolt não sabe que é um astro de TV e acredita mesmo ser um supercão e ter todos os poderes. Por engano ele acaba sendo levado de
Hollywood para a cidade de Nova York e terá que voltar para resgatar sua dona Penny, que fora sequestrada pelo vilão Dr. Calico, no seriado.

O roteiro aposta na simplicidade, que conquista facilmente quem assiste, mas posso dizer que a técnica de animação vista no longa, já se iguala totalmente a dos filmes produzidos anteriormente somente da Pixar, sendo uma das melhores. A cena de ação que vemos logo no começo do filme, deixa qualquer um paralisado com o realismo que vemos, podendo até dizer que é superior as que vemos em “Os Incríveis“, mostrando o avanço que o estúdio vem tendo a cada animado que é lançado nos cinemas.


Para poder voltar para casa e salvar sua dona, Bolt conta com a ajuda de um hamster obcecado por TV, chamado Rhino (dublado por Leandro Hassum) e uma gata de rua, chamada Mittens (dublada por Maria Clara Gueiros). Em mais um clássico Disney, o estúdio consegue fazer personagens secundários que se destacam até mais que o próprio protagonista, nesse caso o hamster Rhino, uma crítica aos víciados por televisão que esquecem da vida real e acreditam viver a ficção, deve agradar bem mais as crianças. Já a gata Mittens, sem dúvida a melhor personagem do animado, serve como a única personagem pé no chão e realista da história, que com um jeito irônico finge acreditar que Bolt é um supercão, mas ela sabe muito bem que ele é apenas um cão comum e vai tentar ajudar ele a perceber isso.

Outro destaque é a canção feita por Miley Cyrus, “I Thought I Lost You“, interpretada pela cantora do Disney Channel e o ator John Travolta, que ouvimos nos créditos finais. No geral todas as canções são bem feitas e trazem novamente todo o encanto Disney, que conhecemos de anos anteriores. Além da animação de qualidade, o cenário do animado é o que mais se destaca por seu realismo, principalmente nas cenários abertos, mostrando o realismo da natureza.


Apresentando uma história um pouco previsível, por conter algumas referencias de outros animados Disney, como “Toy Story” e até mesmo “O Rei Leão“, Bolt: Supercão” se destaca por ser um animado tecnicamente perfeito e que volta a trazer a magia Disney, que estava em falta nos filmes do estúdio, já a algum tempo. Além disso, o animado vai agradar a pessoas de 2 à 80 anos, trazendo todos os ingredientes necessários para um bom divertimento em família e mostrando a importancia da amizade e que ninguém precisa de poderes para ser um verdadeiro herói.


Crítica de Léo Francisco
Nota: 9,5

Author: Léo Francisco

Você nunca teve um amigo assim! Jornalista cultural, cinéfilo, assessor de imprensa, podcaster e fã de filmes da Disney e desenhos animados. Escrevo sobre cinema e Disney há mais de 18 anos e comecei a trabalhar com assessoria de imprensa em 2010. Além de fundador do Cadê o Léo?!, lançado em 13 de julho de 2002, também tenho um podcast chamado Papo Animado e um canal no YouTube.