A Bruxa de Blair, Atividade Paranormal, Cloverfild – o Monstro, REC. Esses filmes não possuem apenas em comum temáticas que deixam à tona algum medo do ser humano (monstros, bruxas, assombrações,zumbis), eles possuem uma característica que há alguns anos era original para um estilo cinematográfico. Faziam com que o espectador acreditasse que aquilo visto faz parte uma série de gravações encontradas e que tudo ali é real. Não é à toa que grande parte do elenco desses filmes são escolhidos pelo desconhecimento do público. Projeto Dinossauro vem para tentar essa experiência, só que falha em diversos aspectos, se tornando um filme bem abaixo da qualidade de seus anteriores.
Dirigido e escrito por Sid Bennett, conta no elenco com Matt Kane, Richard Dillane, Natasha Loring, Peter Brooke e Stephen Jennings.
A falta de originalidade já parte da premissa “dinossauros”. Sei que esse filme e Jurassic Park possuem duas propostas diferentes, só que a comparação se torna inevitável principalmente quando você lembra que o filme de Steven Spielberg é de 1992, ou seja, já possui 20 anos, e ainda continua impressionante no quesito tecnológico empregado para trazer as criaturas extintas à vida. Se a história de Projeto Dinossauro ao menos conseguisse ser interessante o fato dos dinossauros computadorizados parecidos com os de documentários do Discovery Channel passariam imperceptíveis.
Na trama, Luke Marchant é filho de um explorador que parte para um projeto no Congo onde lendas locais afirmam a existência de monstros rodeando as aldeias. Cladestinamente Luke se inclui no projeto contrariando seu pai. Com o avião já próximo do local onde a equipe apenas iria documentar, Pterodátilos atacam a aeronave, fazendo-a cair no meio do mato e deixando toda a equipe incomunicável (dãr). Acho que não preciso dizer o que acontece a partir desse ponto da história, né? Acho que vale a pena ressaltar apenas que além dos dinossauros a trama ainda inexplicavelmente coloca um dos passageiros do avião como um vilão que no terceiro ato do filme toma atitudes inexplicaveis.
O filme chega ser tão absurdo a ponto de ter um dinossauro-cachorro. Sim, Luke, que por sinal é interpretado tão mal pelo ator Matt Kane, simplesmente “adota” um dinossauro e começa trata-lo como um cachorro, com direito a comida na boca e carícias na cabeça. Uma atitude muito bem pensada quando se está no meio de uma floresta sem comunicação cercado por animais jurássicos selvagens loucos para comer seu fígado, não?
Entendo que a intensão de fazer o filme foi boa, e que se mais trabalhada até poderia ter se tornado original. Imagino como deve ter sido o insight para esse filme. Alguém numa mesa solta: “e se Jurassic Park fosse em primeira pessoa“. Claro que de momento a idéia é ótima, mas antes de tudo é preciso ter uma boa história, um bom elenco, que possa convencer o público de que aquilo é real, e lógico, sem dinheiro nenhum T-Rex toma vida, tenha um orçamento decente para poder trabalhar com efeitos visuais. Pelo contrário temos pérolas iguais a Projeto Dinossauro que entra é mais um dos péssimos filmes que a indústria cinematográfica lança atualmente, infelizmente.