Há cinco bilhões de anos, um gigantesco asteróide se chocou com a jovem Terra. O impacto foi tão grande que inclinou o planeta em um ângulo de 23º30′. Mas, longe de ser uma catástrofe, este acidente cósmico foi crucial para a criação da vida e do mundo como o conhecemos hoje.

Sem a inclinação da Terra, nós não teríamos uma variedade tão espetacular de paisagens, ou extremos tão quentes e frios. Nós não teríamos as mudanças de estação. E, mais importante, não teríamos as condições perfeitas para viver.

Quando a equipe responsável pelo filme partiu para contar a história do nosso planeta, o Sol foi escolhido como guia. A jornada começa perto do Polo Norte, onde há 24 horas de escuridão durante o inverno. Só em março o Sol aparece no horizonte pela primeira vez.

Ali nós encontramos a primeira estrela do filme – a mãe urso polar que passara o inverno sob a neve. Técnicas avançadas de filmagens capturaram o momento em que seus filhotes se aventuram pela primeira vez à luz do dia. Os filhotes só querem brincar – mas a mãe tem outras coisas em mente. Muito breve, encontrar comida será uma questão de vida ou morte.

No início de nossa jornada aprendemos que o Sol poder ser tanto uma benção como uma maldição. Embora seu calor seja bem-vindo, ele também derrete a paisagem na qual os ursos vivem. Nós vemos um urso macho lutando enquanto o gelo derrete sob suas patas…

Deixando a desolada terra gelada do Ártico, seguimos para o sul, parando para ver os três milhões de caribus no Canadá. Sua busca de 3.218 km por pasto fresco é a mais longa migração terrestre do planeta. Mas as enormes manadas não viajam sozinhas. Lobos famintos os acompanham por todo o trajeto.

Nós vemos, com câmeras aéreas, quando os lobos trabalham em equipe para separar o filhote da mãe. Como a perseguição finalmente acabará?

Para alcançar as primeiras árvores no nosso planeta nós tivemos que seguir ainda mais para o sul. A 1.931 km do Polo Norte, arbustos atrofiados marcam o “limite florestal” de nosso planeta – o ponto mais ao norte onde as árvores conseguem crescer. É o começo da Taiga – a maior floresta de coníferas do mundo. Esta desolada terra solitária se estende ininterruptamente por todo o hemisfério norte e contém um terço de todas as árvores da Terra. Na primavera, depois do degelo, o oxigênio em todo o mundo aumenta por causa dessas árvores. Durante a maior parte do ano é uma terra coberta de neve, raramente marcada por pegadas. Os animais que vivem lá, como o solitário lince, são os verdadeiros espíritos da floresta.

A 2.414 km ao sul do Polo Norte, há luz do sol suficiente para fazer surgir espécies de folhas grandes como a bluebell e animais como o rouxinol, a raposa e o cervo. Nós vemos na primavera quando os filhotes de pato mandarim saltam corajosamente do alto ninho em um buraco de árvore. E, no inverno – quando as árvores decíduas soltam suas folhas – vemos o felino mais raro do mundo. O leopardo de Amur e seu filhote se esforçam para viver no frio cruel.

Continuamos nossa jornada para o sul até o Equador. Lá o Sol brilha 12 horas todos os dias. Onde há chuva suficiente, há vida em abundância. As florestas tropicais cobrem 3% do nosso planeta, mas são o lar de mais da metade de suas plantas e animais. Só em Papua-Nova Guiné, existem 42 espécies de aves do paraíso, com uma extraordinária variedade de fabulosas danças do acasalamento.

Entretanto, nem todo lugar ao redor do Equador é tão hospitaleiro. No Kalahari, o Sol castiga o deserto. Aqui nós encontramos a mãe elefante com seu pequeno filhote recém-nascido, viajando com a família em direção do paraíso no delta do rio Okavango. Depois de dias de caminhada em busca de comida e água, os elefantes encontram uma pequena fonte de água no solo.

Mas eles precisam compartilhar o precioso líquido com um bando de leões. Será que essa frágil trégua durará?

O Sol também abastece a vida nos oceanos. É lá que entramos na fase final de nossa jornada. Nas águas tropicais próximas ao equador encontramos uma baleia jubarte e seu filhote recém-nascido. Quando o filhote completa cinco meses, a dupla parte na mais longa migração feita por qualquer animal marinho: mais de 6.000 km dos trópicos até o extremo sul de nosso planeta. Nós seguimos as baleias quando elas se deparam com alguns dos mais assombroso espetáculos dos oceanos e vemos tempestades violentas se formarem sobre os mares tropicais.

Terra” (Earth) mostra algumas das mais deslumbrantes paisagens do planeta, das maiores montanhas às mais altas quedas d’água até os mais áridos desertos. E também mostra alguns dos mais fantásticos animais, cuja sobrevivência depende de um equilíbrio muito delicado. Quando o ritmo das estações começa a mudar, a luta para sobreviver se torna ainda mais árdua.

E, assim, a vida na Terra prossegue. Uma história vivida bilhões de vezes por dia, 365 dias por ano, enquanto a Terra passa pelas estações, cada criatura viva se curva ao poder do Sol. Nenhum filme jamais mostrou nessa escala épica o drama de todo um planeta, com tanta emoção e intimidade com os personagens animais reais. Até agora…


Texto: Walt Disney Pictures

Author: Léo Francisco

Você nunca teve um amigo assim! Jornalista cultural, cinéfilo, assessor de imprensa, podcaster e fã de filmes da Disney e desenhos animados. Escrevo sobre cinema e Disney há mais de 18 anos e comecei a trabalhar com assessoria de imprensa em 2010. Além de fundador do Cadê o Léo?!, lançado em 13 de julho de 2002, também tenho um podcast chamado Papo Animado e um canal no YouTube.